domingo, 1 de setembro de 2013

T76. Animal Intelligence by Fredric M. Menger, Emory University, Atlanta, GA, USA

Inglês
Nature has blessed us with diverse animals that may not be as intelligent as ourselves but they are, each in its own way, magnificent. For example, captive Komodo monitors (a large lizard) easily learn to recognize different people (awareness). Elephants doing lumbering work in India obey two dozen commands (learning). Wild elephants cluster around a wounded member of the herd and try to help its to its feet (sympathy). If the wounded elephant dies, the others are slow to leave the corpse and sometimes lay a branch over it (grief). An African buffalo wounded by a hunter will, instead of escaping, sometimes lie in wait to ambush the hunter (revenge). Clark’s nutcracker (a bird) stores each year thousands of pine seeds (thriftiness), and months later will recall where most of them are located (memory). Ground squirrels have different warning calls for hawks, coyotes, and snakes (communication). Pandas slide down a snowy slope, climb back up, and do it again (amusement). Mother cats lead kittens on hunting expeditions and allow their kittens to handle a partially killed prey (education). A species of bird uses a thorn to extract a grub from a tree cavity (tool use). Dogs growl, yelp, and whine (anger, joy, and pain).

Japanese macaques (a large monkey) provide us with one of the most remarkable cases of animal intelligence. In an attempt to relieve hunger in an overpopulated community of macaques on an island in southern Japan, scientists threw grains of wheat upon a sandy beach. The macaques were anxious to eat the wheat grains, but they had difficulty separating the wheat from the sand. One day a macaque named Imo did a brilliant thing: She threw handfuls of wheat mixed with sand into the water. Imo noticed the sand sank, whereas the wheat remained on the water surface where she could easily scoop it up. Although the older macaques ignored the discovery, the younger monkeys (and this is amazing) appeared to grasp the importance of the new technology and to imitate it. The practice became more widespread with each generation until today all the macaques on the island are competent at “water sifting” their food.

Since an animal’s intelligence is judged mainly by its behavior, it is not surprising that the literature is full of behavioral studies, particularly those of higher primates such as the chimpanzee. Consider the following experiment for example. Two adjacent cages were constructed with a common wire-mesh wall. In one of the cages was placed a coin-operated food “vending machine”. In the other cage was placed a pile of coins necessary to operate the machine. The cage with the vending machine was given to a chimpanzee that had been trained in how to use it. The second cage with the coins was given to another chimpanzee. What do you think happened? The chimpanzee with the coins passed the coins cage-to-cage to his neighbor so that his neighbor could obtain food from the machine. Using the same cage setup, the investigators gave a capuchin monkey in one cage a bowl of apple slices, while a capuchin monkey in the other cage was given a bowl of cucumber slices. The monkeys pushed the food both ways through the wire partition so that they could, seemingly, share the treats.

The question has been debated as to whether chimpanzees and other non-human primates have the ability to acquire language or whether language is unique to human beings. Although chimpanzees lack the vocal organs to speak, they are adept at sign language and at using a keyboard with symbols on the keys. A chimpanzee named Washoe learned 34 hand-signs in 22 months of training (“learning” defined as using a sign at least once a day for 15 consecutive days). Nim Chimpsky did even better; he learned 125 signs in 44 months. Kanzi, a superstar with a 200 word vocabulary, obtained a 93% success rate when asked 180 times to identify 35 different items. The ability of chimpanzees to construct novel thoughts from multiple words is less well documented. It is claimed, for example, that Washoe, who knew the words “food”, “drink”, and “open” combined them into “open food drink” when she wanted the refrigerator to be opened. Another chimp reportedly described a watermelon as “drink fruit”. Yet skeptics claim that this research does not signify language ability but merely a trained behavior (reminiscent of Pavlov’s conditioning dogs to salivate at the sound of a bell). A prominent critic of primate language said, “Humans can fly about 30 feet---that’s what they do in the Olympics. Is that flying?”

Where do I come in on this controversy? I believe that some of the most unfriendly disputes arise when both sides are correct. It is true that one can hardly call the accomplishments of the chimpanzees a “language”. On the other hand, the chimpanzee researchers are correct in believing that their work has been important in defining the intellectual capabilities and limitations of our cousins.

As long as I am writing about the animal kingdom, let me finish with a thought. When I see an animal in the wild, I do not care about its human-style intelligence. It suffices for me to admire a beautiful adaptation to its environment. Take the tiger for example. Most people (including myself) have never seen a tiger in the wild. Yet if I am ever told that tigers in the wild exist no more, I will be diminished. Something inside me, I do not know exactly what, will cause me to feel revulsion. So let me end with a hope for the preservation of our wild animals from which we humans, smart as we are, can learn a great deal.

Português
INTELIGÊNCIA ANIMAL por Fredric M. Menger, Emory University, Atlanta, GA, EUA
Traduzido por Natanael F. França Rocha, Florianópolis, Brasil

A natureza nos abençoou com diversos animais que podem não ser tão inteligentes quanto nós, mas que são, cada um à sua maneira, magníficos. Por exemplo, o dragão-de-Komodo (um grande lagarto) aprende facilmente a reconhecer pessoas diferentes (percepção). Elefantes que fazem o trabalho pesado na Índia obedecem a mais de vinte comandos (aprendizagem). Elefantes selvagens se agrupam em torno de um membro do rebanho ferido e tentam ajudá-lo a caminhar (empatia). Se o elefante ferido morre, os outros demoram a abandonar o cadáver e, por vezes, colocam um ramo sobre ele (luto). Um búfalo Africano ferido por um caçador, às vezes, em vez de fugir, fica à espreita para emboscar o caçador (vingança). O pássaro conhecido como Quebra-nozes de Clark armazena todo ano milhares de sementes de pinheiro (frugalidade) e, meses depois, se lembra onde encontrar a maioria delas (memória). As marmotas utilizam chamados de alerta diferentes para gaviões, coiotes e cobras (comunicação). Os pandas deslizam por uma encosta de neve, sobem de volta e fazem de novo (diversão). A gata leva seus filhotes em expedições de caça e permite que seus gatinhos lidem com uma presa parcialmente morta (educação). Uma espécie de ave usa um espinho para extrair lagartas das cavidades das árvores (uso de ferramentas). Cães grunhem, uivam e gemem (raiva, alegria e dor).

O macaco-japonês é um dos casos mais notáveis de inteligência animal. Em uma tentativa de abrandar a fome de uma superpopulação de macacos em uma ilha no sul do Japão, os cientistas jogaram grãos de trigo sobre a areia da praia. Os macacos estavam ansiosos para comer os grãos de trigo, mas encontravam dificuldade para separar o trigo da areia. Um dia, uma macaca chamada Imo fez uma coisa brilhante: Ela jogou na água um punhado de trigo misturado com areia. Imo notou que a areia afundou, enquanto que o trigo permaneceu na superfície da água, ficando fácil para colhê-lo. Embora os macacos mais velhos tenham ignorado a descoberta, os macacos mais jovens (e isso é incrível) pareciam compreender a importância da nova tecnologia e a imitaram. A prática foi se difundindo a cada geração e, até hoje, todos os macacos da ilha sabem como "peneirar na água" a sua comida.

Considerando que a inteligência de um animal é avaliada principalmente pelo seu comportamento, não surpreende o fato de a literatura estar repleta de estudos comportamentais, em particular sobre os primatas maiores, tais como os chimpanzés. Considere o seguinte experimento, por exemplo. Duas gaiolas, uma do lado da outra, foram construídas com uma parede de malha de arame em comum. Em uma das gaiolas foi colocada uma máquina que libera alimento quando uma moeda é colocada. Na outra gaiola foi colocada uma pilha de moedas necessárias para operar a máquina. Na gaiola com a máquina foi posto um chimpanzé que havia sido treinado para utilizá-la. Na gaiola com as moedas foi posto um outro chimpanzé. O que você acha que aconteceu? O chimpanzé que tinha as moedas as passava de sua gaiola para a outra, para que o seu vizinho pudesse operar a máquina e liberar os alimentos. Usando a mesma configuração de gaiola, os pesquisadores deram a um macaco-prego uma tigela de fatias de maçã, enquanto que outro macaco-prego em outra gaiola recebeu uma tigela de fatias de pepino. Os macacos empurravam a comida em ambos os sentidos através da divisória de arame para que pudessem, aparentemente, compartilhar as delícias.

A questão em debate é se os chimpanzés e outros primatas não-humanos têm a capacidade de adquirir linguagem ou se a linguagem é única dos seres humanos. Embora os chimpanzés não tenham órgãos vocais de fala, eles sabem utilizar língua de sinais e usar um teclado com símbolos nas teclas. Um chimpanzé chamado Washoe aprendeu 34 sinais de mão em 22 meses de treinamento ("aprendizagem", definida como a utilização de um sinal pelo menos uma vez por dia durante 15 dias consecutivos). Nim Chimpsky fez ainda melhor, ele aprendeu 125 sinais em 44 meses. Kanzi, um fenômeno com um vocabulário de 200 palavras, obteve uma taxa de acerto de 93% ao ser pedido 180 vezes para identificar 35 itens diferentes. A capacidade dos chimpanzés de construírem novos pensamentos a partir de palavras múltiplas ainda não é bem documentada. Afirma-se, por exemplo, que a chimpanzé Washoe, que conhecia a palavra "comida", "bebida" e "abrir", fazia a combinação "abrir comida bebida" quando queria que a geladeira fosse aberta. Outro chimpanzé teria descrito uma melancia como "bebida fruta". Contudo, os céticos afirmam que essa pesquisa não demonstra capacidade de linguagem, mas apenas um comportamento treinado (que lembra os cães de Pavlov condicionados a salivar ao som de um sino). Um notável crítico da linguagem primata disse: "Os seres humanos conseguem voar cerca de 9 metros – é o que eles fazem nas Olimpíadas. E isso é voar?"

Onde é que eu entro nessa polêmica? Acredito que algumas das disputas mais hostis surgem quando ambos os lados estão corretos. É verdade que dificilmente se pode chamar de "linguagem" as habilidades dos chimpanzés. Por outro lado, os pesquisadores de chimpanzés estão corretos em acreditar que o seu trabalho tem sido importante na definição das capacidades intelectuais e limitações de nossos primos.

Já que estou escrevendo sobre o reino animal, deixe-me terminar com um pensamento. Quando vejo um animal na natureza, eu não me importo com sua inteligência “humanóide”. Para mim, basta admirar uma bela adaptação ao seu ambiente. Pense no tigre, por exemplo. A maioria das pessoas (inclusive eu) nunca viu um tigre na selva. E se algum dia me contarem que não existem mais tigres na selva, me sentirei reduzido. Algo dentro de mim, eu não sei exatamente o quê, vai me fazer sentir repulsa. Então, gostaria de concluir com uma esperança para a preservação de nossos animais selvagens com os quais nós, seres humanos, inteligentes como somos, podemos aprender muito.

Espanhol
INTELIGENCIA ANIMAL por Fredric M. Menger, Universidad de Emory, Atlanta , GA , EE.UU.
Traducción de Natanael F. França Rocha, Florianópolis, Brasil y revisión de Carlos Bravo, Universidad de Vigo, España

La naturaleza nos ha bendecido con diversos animales que pueden no ser tan inteligentes como nosotros, sino que son, cada uno a su manera, magníficos. Por ejemplo, los dragones de Komodo (unos lagartos grandes) aprenden con facilidad a reconocer a diferentes personas (percepción). Los elefantes que hacen el trabajo pesado en la India obedecen más de veinte órdenes (aprendizaje). Los elefantes salvajes se agrupan en torno a un miembro herido de la manada y tratan de ayudarlo a caminar (empatía). Si el elefante herido muere, los otros tardan en abandonar el cadáver y, a veces, ponen una rama sobre él (luto). Un búfalo africano herido por un cazador, en vez de escapar, permanece quieto para emboscar al cazador (venganza). El pájaro conocido como Cascanueces de Clark almacena cada año miles de semillas de pino (ahorro) y, meses más tarde, recuerda donde se encuentran la mayoría de ellas (memoria). Las ardillas tienen diferentes avisos para alertar de halcones, coyotes y serpientes (comunicación). Los osos pandas se deslizan por una pendiente de nieve, vuelven a subir y repiten (diversión). Las gatas llevan a sus crías en expediciones de caza y permiten a sus gatitos manejar una presa parcialmente muerta (educación). Una especie de ave utiliza una espina para extraer una larva de una cavidad de un árbol (uso de herramientas). Los perros gruñen, ladran y gimen (rabia, alegría, y dolor).

El macaco japonés nos proporciona uno de los casos más notables de la inteligencia animal. En un intento de aliviar el hambre de una superpoblación de macacos en una isla en el sur de Japón, los científicos lanzaron granos de trigo sobre la arena de una playa. Los macacos estaban ansiosos por comer los granos de trigo, pero tenían dificultades para separar los granos de la arena. Un día, una macaca llamada Imo hizo una cosa genial: arrojó al agua un puñado de trigo mezclado con arena. Imo notó que la arena se hundía, mientras que el trigo se mantenía en la superficie del agua, pudiendo ser fácilmente recogido. Aunque los macacos mayores ignoraban el descubrimiento, los macacos más jóvenes (y esto es increíble) parecieron comprender la importancia de las nueva técnica y la imitaron. La práctica se ha difundido de generación en generación y, hasta hoy, todos los macacos de la isla son habilidosos para “tamizar en el agua” su comida.

Puesto que la inteligencia de un animal se juzga principalmente por su comportamiento, no es sorprendente que la bibliografía esté llena de estudios de comportamiento, en particular sobre los primates superiores tales como el chimpancé. Consideremos el siguiente experimento, por ejemplo. Dos jaulas adyacentes fueron construidas con una pared común de malla de alambre.. En una de las jaulas se colocó una máquina expendedora de alimento que funciona con monedas. En la otra jaula se colocó un montón de las monedas necesarias para operar la máquina. En la jaula con la máquina expendedora se introdujo a un chimpancé que había sido entrenado en cómo usarla. En la segunda jaula con las monedas se introdujo otro chimpancé. ¿Qué creeis que pasó? El chimpancé que estaba en la jaula con las monedas pasaba las monedas a la otra jaula para que su vecino pudiera obtener alimentos de la máquina. Utilizando la misma distribución de jaulas, los investigadores dieron a un mono capuchino un plato de rodajas de manzana, mientras que un mono capuchino en la otra jaula recibió un plato de rodajas de pepino. Los capuchinos empujaban la comida en ambos sentidos a través de la pared común de alambre para que pudieran, al parecer, compartir las golosinas.

Una cuestión objeto de debate es si los chimpancés y otros primates no humanos tienen la capacidad de adquirir el lenguaje o si el lenguaje es exclusivo de los seres humanos. Aunque los chimpancés carecen de los órganos vocales para hablar, saben comunicarse con el lenguaje de signos y usar un teclado con símbolos en las teclas. Un chimpancé llamado Washoe aprendió 34 signos con la mano en 22 meses de entrenamiento ("aprendizaje", definido como el uso de un signo por lo menos una vez al día durante 15 días consecutivos). Nim Chimpsky lo hizo aún mejor, aprendió 125 signos en 44 meses. Kanzi, un fenómeno con un vocabulario de 200 palabras, obtuvo una tasa de éxito de 93 % cuando se le pidió 180 veces identificar 35 elementos diferentes. La capacidad de los chimpancés para construir pensamientos nuevos a partir de palabras múltiples está todavía menos documentada. Se afirma, por ejemplo, que Washoe, que conocía la palabra "comida", "bebida" y "abrir", combinaba "abrir comida bebida" cuando quería que le abriese el refrigerador. Otro chimpancé supuestamente describió una sandía como "bebida fruta". Sin embargo, los escépticos afirman que esta investigación no demuestra la capacidad lingüística, sino simplemente un comportamiento entrenado (que recuerda a los perros de Pavlov condicionados a salivar ante el sonido de una campana). Un destacado crítico del lenguaje primate dijo: "Los seres humanos pueden volar cerca de 30 metros – eso es lo que hacen en los Juegos Olímpicos. ¿Y eso es volar? "

¿Y a donde quiero llegar con esta controversia? Creo que algunas de las disputas más hostiles surgen cuando ambas partes tienen razón. Es cierto que casi no se puede llamar "lenguaje" a los logros de los chimpancés. Por otro lado, los investigadores de chimpancés tienen razón en creer que su trabajo ha sido importante en la definición de las capacidades intelectuales y las limitaciones de nuestros primos.

Mientras estoy escribiendo sobre el reino animal, déjame terminar con un pensamiento. Cuando veo a un animal en la naturaleza, a mi no me importa su inteligencia “humanoide”. Es suficiente, para mí, simplemente admirar su hermosa adaptación al medio ambiente. Considera al tigre, por ejemplo. La mayoría de la gente (incluido yo mismo) nunca ha visto un tigre en la selva. Sin embargo, si alguna vez me dijesen que los tigres ya no existen en su hábitat natural, me quedaría perplejo. Algo dentro de mí, no sé exactamente qué, me produciría repulsión. Así que permítanme terminar con una esperanza para la preservación de los animales salvajes con los que nosotros, seres humanos, inteligentes como somos, podemos aprender mucho.

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