TWO STREET DRUGS: ANGEL DUST AND FENTANYL. Fredric M. Menger, Department of Chemistry, Emory University Atlanta, GA USA
I should begin by disclosing that I personally have never ingested, injected, snorted, or smoked angel dust or any other street drug. There are two main reasons for this. First, the drugs are illegal. Among the over 2 million people in U.S. jails or prisons, nearly half are serving time for drug offenses. Second, street drugs are dangerous as seen from the fact that 60,000 people in U.S. died last year from overdosing an illegal drug. The story of phencyclidine (also called PCP or “angel dust”, draw below), as I am about to tell, further illustrates the dangers of street drugs sold on the street.
As of 2017 about 2.9% of those over the age of 25 reported using PCP at some point in their life. Typically, a solution of PCP is sprayed onto a leafy material, such as tobacco or parsley, and smoked. Symptoms of PCP use include delusions, amnesia, euphoria, paranoia, and unpredictable mood changes. Users report feeling detached from reality. PCP originally appeared on the scene in the 1950s as a legal anesthetic, but it was declared illegal for human use in 1965 due to its high rates of side effects. Over two dozen “PCP analogs” have been reported on the streets. (“PCP analogs” refer to PCP with small changes in structure, such as an additional methyl group). Law enforement cannot convict anyone selling a new compound that has not been specifically outlawed, leading to the popularity of so-called “designer drugs”. Men and women with a chemical bent are hard at work synthesizing new designer drugs to be sold before the government has had a chance to identify and criminalize them. Of course, the toxicity and other physiological effects of designer drugs are usually unknown to both the buyer and seller.
Although the recreational use of PCP has declined in recent years, there was an incident in the past that is particularly instructive. Thus, the medical community in Southern California was once was baffled by the sudden appearance of patients with Parkinson’s disease-like symptoms, particularly violent shaking followed ultimately by death. Doctors were amazed by the extreme severity of the shaking and, especially, the youth of the patients. Parkinson’s disease normally affects older people, but in this case the victims were in their early twenties. The mystery was eventually solved when authorities raided the basement laboratory in the home of a man making angel dust. They discovered that that one of the reactions had been overheated (the man was not a very good organic chemist), thereby creating an impurity later found to induce Parkinson’s disease symptoms in laboratory animals. Thus, it was not the angel dust itself that caused the problem, but rather an impurity mixed in with it. The incident demonstrates how dangerous it can be to trust street drugs. After all, the purchasers seldom, if ever, are aware of the manuactuer’s chemical skills or, indeed, whether dangerous additives (the poison strychnine, for example) might have been deliberately added to accentuate the physiological effect. You can imagine that the health and safety of customers is not foremost on the minds of most drug dealers.
Many of the overdoses in U.S., mentioned earlier, are due to a drug named fentanyl (drawn below) to which 20,000 deaths per year are attributed.
Although the recreational use of PCP has declined in recent years, there was an incident in the past that is particularly instructive. Thus, the medical community in Southern California was once was baffled by the sudden appearance of patients with Parkinson’s disease-like symptoms, particularly violent shaking followed ultimately by death. Doctors were amazed by the extreme severity of the shaking and, especially, the youth of the patients. Parkinson’s disease normally affects older people, but in this case the victims were in their early twenties. The mystery was eventually solved when authorities raided the basement laboratory in the home of a man making angel dust. They discovered that that one of the reactions had been overheated (the man was not a very good organic chemist), thereby creating an impurity later found to induce Parkinson’s disease symptoms in laboratory animals. Thus, it was not the angel dust itself that caused the problem, but rather an impurity mixed in with it. The incident demonstrates how dangerous it can be to trust street drugs. After all, the purchasers seldom, if ever, are aware of the manuactuer’s chemical skills or, indeed, whether dangerous additives (the poison strychnine, for example) might have been deliberately added to accentuate the physiological effect. You can imagine that the health and safety of customers is not foremost on the minds of most drug dealers.
Many of the overdoses in U.S., mentioned earlier, are due to a drug named fentanyl (drawn below) to which 20,000 deaths per year are attributed.
Fentanyl is a so-called synthetic “opioid” because it acts on the same brain receptors that respond to opium-derived morphine (except that fentanyl is 75 times stronger than morphine). Fentanyl is an important pain killer in modern medicine. When used as a recreational drug, however, it can be mixed with heroin or cocaine usually in amounts unknown to the user. Death often ensues.
DUAS DROGAS DE RUA: PÓ DE ANJO E FENTANIL por por Fredric M. Menger, Departamento de Química, Universidade Emory, EUA
Traduzido por Natanael F. França Rocha, Florianópolis, Brasil
Devo aqui deixar claro que jamais ingeri, injetei, cheirei ou fumei pó de anjo ou qualquer outra droga de rua. Existem duas razões principais para isso. Em primeiro lugar, as drogas são ilegais. Entre os mais de 2 milhões de pessoas em cadeias ou presídios nos EUA, quase metade está cumprindo pena por delitos relacionados a drogas. Em segundo lugar, drogas de rua são perigosas, visto que ano passado 60.000 pessoas nos EUA morreram por overdose de drogas ilegais. A história da fenciclidina (também chamada de PCP ou “pó de anjo”, abaixo), como vou narrar adiante, ilustra com mais clareza os perigos de drogas vendidas nas ruas.
Com base no ano de 2017, cerca de 2,9% da população com mais de 25 anos de idade relataram o uso de PCP em algum momento de sua vida. Normalmente, pulveriza-se uma solução de PCP sobre uma folha vegetal, como tabaco ou salsa, e fuma-se em seguida. Os sintomas do uso de PCP incluem delírios, amnésia, euforia, paranoia e mudanças imprevisíveis de humor. Os usuários relatam que se sentem deslocados da realidade. O PCP originalmente apareceu em cena na década de 1950 como um anestésico legal, mas foi declarado ilegal para uso humano em 1965 devido a seus altos índices de efeitos colaterais. Foram relatados dezenas de “análogos de PCP” presentes nas ruas (“análogos de PCP” refere-se ao PCP com pequenas alterações na estrutura, por ex. um grupo metil adicional). A lei não pode condenar uma pessoa que venda um novo composto que não tenha sido especificamente proibido, o que acaba popularizando as chamadas “drogas sintéticas”. Homens e mulheres do ramo da química trabalham duro para sintetizar essas novas drogas para que sejam vendidas antes que o governo tenha a chance de identificá-las e criminalizá-las. Naturalmente, a toxicidade e outros efeitos fisiológicos dessas drogas sintéticas são geralmente desconhecidos tanto pelo comprador quanto pelo vendedor.
Embora o uso recreativo do PCP tenha diminuído nos últimos anos, houve um incidente no passado que é particularmente instrutivo. Ocorreu que a comunidade médica no sul da Califórnia ficou confusa com o súbito aparecimento de pacientes com sintomas parecidos com os da doença de Parkinson, mais especificamente, um tremor violento seguido, fatalmente, de morte. Os médicos ficaram surpresos com a extrema gravidade do tremor e, principalmente, com a idade tão jovem dos pacientes. A doença de Parkinson normalmente afeta pessoas mais velhas, mas neste caso as vítimas tinham vinte e poucos anos. O mistério acabou por ser resolvido quando as autoridades invadiram um laboratório no porão da casa de um homem que fazia pó de anjo. Eles descobriram que uma das reações tinha sido superaquecida (o homem não era um químico orgânico muito bom), criando assim uma impureza capaz, como descobriu-se mais tarde com animais de laboratório, de induzir os sintomas da doença de Parkinson. Assim, não foi o pó de anjo em si que causou o problema, mas sim uma impureza misturada com ele. O incidente demonstra o quão perigoso pode ser confiar em drogas de rua. Afinal, os compradores raramente, ou nunca, estão cientes das habilidades químicas do fabricante ou sequer sabem se aditivos perigosos (o veneno estricnina, por exemplo) foram deliberadamente adicionados para acentuar o efeito fisiológico. Dá para perceber que a saúde e a segurança dos usuários não são prioridades na mente da maioria dos traficantes de drogas.
Muitas das overdoses mencionadas anteriormente, nos EUA, decorreram de uma droga chamada fentanil (descrita abaixo), à qual são atribuídas 20.000 mortes por ano.
Embora o uso recreativo do PCP tenha diminuído nos últimos anos, houve um incidente no passado que é particularmente instrutivo. Ocorreu que a comunidade médica no sul da Califórnia ficou confusa com o súbito aparecimento de pacientes com sintomas parecidos com os da doença de Parkinson, mais especificamente, um tremor violento seguido, fatalmente, de morte. Os médicos ficaram surpresos com a extrema gravidade do tremor e, principalmente, com a idade tão jovem dos pacientes. A doença de Parkinson normalmente afeta pessoas mais velhas, mas neste caso as vítimas tinham vinte e poucos anos. O mistério acabou por ser resolvido quando as autoridades invadiram um laboratório no porão da casa de um homem que fazia pó de anjo. Eles descobriram que uma das reações tinha sido superaquecida (o homem não era um químico orgânico muito bom), criando assim uma impureza capaz, como descobriu-se mais tarde com animais de laboratório, de induzir os sintomas da doença de Parkinson. Assim, não foi o pó de anjo em si que causou o problema, mas sim uma impureza misturada com ele. O incidente demonstra o quão perigoso pode ser confiar em drogas de rua. Afinal, os compradores raramente, ou nunca, estão cientes das habilidades químicas do fabricante ou sequer sabem se aditivos perigosos (o veneno estricnina, por exemplo) foram deliberadamente adicionados para acentuar o efeito fisiológico. Dá para perceber que a saúde e a segurança dos usuários não são prioridades na mente da maioria dos traficantes de drogas.
Muitas das overdoses mencionadas anteriormente, nos EUA, decorreram de uma droga chamada fentanil (descrita abaixo), à qual são atribuídas 20.000 mortes por ano.
O fentanil é conhecido como um “opiáceo” sintético, pois atua nos mesmos receptores cerebrais que respondem à morfina derivada do ópio (porém, o fentanil é 75 vezes mais forte que a morfina). O fentanil é um importante analgésico na medicina moderna. Quando usado como droga recreativa, no entanto, pode ser misturado com heroína ou cocaína, geralmente em quantidades desconhecidas para o usuário; a morte, em geral, é certa.
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