quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

T35. The Importance of International Scientific Cooperation by Richard N. Zare, Department of Chemistry, Stanford University, Stanford, California 94305-50

Inglês
Professor Zare, Associate Fellow of TWAS, Academy of Sciences for the Developing World

I assert that the scientific community is and ought to be an international one. It should be treasured as a powerful means of improving the world. In these days of world-wide economic turbulence and intense competition among nations, it is easy to question why the scientific establishment should cooperate across national boundaries. Let me present a few arguments why I believe the need for international scientific cooperation is more compelling than ever before. Some of these thoughts have already been expressed in an editorial published in Angew. Chem. Int. Ed. 2011, 50, 8202 – 8203.

Many problems facing humanity, such as climate change, hunger, environmental sustainability, and pandemics, are global by nature. Thus, they require a global approach to their solution. We need scientists from all countries to work together on such problems. The solutions to these problems will be indispensible to our future on this planet. Moreover, advances in communications make it possible to enter into collaborations that previously were unthinkable.

The scientific enterprise benefits by sharing what is learned. It is true that if you have food and a beggar asks you for some, feeding the beggar leaves you with less food. But in contrast, if someone asks you to share your knowledge with them, more often than not, both parties are enriched by the transaction. Indeed, this is one of the secret benefits of teaching — the teacher also learns.

I reject the notion that science is a zero-sum game. In a zero-sum game, such as the game of chess which I love, there must be a loser for every winner. If a country has enough talent to recognize a scientific advance coupled with a sufficiently advanced technological base to turn the advance into practice, then a scientific advance made anywhere in the world can lead to global economic gain. A country need not be first in all scientific disciplines to benefit from advances. Many other factors, from entrepreneurial spirit to a skilled workforce, can transform scientific advances made in other countries into societal benefits.

When two countries wish to strengthen their relations, they often call for meetings between the military leaders of the two countries. It seems to me that much more effective in establishing good relations is a meeting of the scientific leaders. Scientific cooperation promotes general friendship and mutual understanding as well as common values and standards. History teaches us that relations between countries have their political ups and downs. We gain so much in smoothing out the bumps by having people in each country who know and trust each other. In this sense, having strong scientific ties between various countries is simply good diplomacy.


Português
A IMPORTÂNCIA DA COOPERAÇÃO CIENTÍFICA INTERNACIONAL by Richard N. Zare, Department of Chemistry, Stanford University, Stanford, California 94305-5080 USA

Professor Zare, Membro Associado da TWAS, Academia de Ciências para o Mundo em Desenvolvimento

Afirmo que a comunidade científica é e deve ter carácter internacional. Ela deve ser protegida como um poderoso meio de melhorar o mundo. Nestes dias de turbulência econômica, no mundo todo, e competição intensa entre as nações é fácil questionar a colaboração, além das fronteiras nacionais, entre pessoal científico. Deixe-me apresentar alguns argumentos pelos quais acredito que a cooperação científica internacional é mais necessária do que nunca. Alguns desses pensamentos já foram expressos em um editorial publicado em Angew. Chem. Int. Ed. 2011, 50, 8202-8203.

Muitos problemas que a humanidade enfrenta, como a mudança climática, a fome, a sustentabilidade ambiental e as pandemias, são globais por natureza. Assim, eles exigem uma abordagem global para a sua solução. Precisamos de cientistas de todos os países trabalhando juntos em tais problemas. As soluções para estes problemas são indispensáveis para nosso futuro neste planeta. Ainda mais, os avanços nas comunicações tornam possível realizar colaborações que anteriormente eram impensáveis.

Os empreendimentos científicos se beneficiam compartilhando o que é aprendido. É verdade que se você tem comida e um mendigo lhe pede algo, alimentar o mendigo deixa você com menos comida. Mas por outro lado, se alguém pede que você compartilhe seu conhecimento com eles, mais frequentemente do que não, todos os parceiros são enriquecidos pela intercambio. Na verdade, este é um dos benefícios secretos de ensinar — o professor também aprende.

Rejeito a idéia de que a ciência é um jogo de soma zero. Em um jogo de soma zero, como o jogo de xadrez, que amo, deve haver um perdedor para cada vencedor. Se um país tem talento suficiente para reconhecer um avanço científico, em conjunto com uma base suficientemente avançada de tecnologia, para transformar o avanço em prática, então, um avanço científico realizado em qualquer lugar do mundo, pode levar à ganhos econômicos globais. Um país não precisa ser o primeiro em todas as disciplinas científicas para beneficiar-se dos avanços. Muitos outros fatores, que vão do espírito empreendedor, até uma força de trabalho qualificada, podem transformar os avanços científicos feitos em outros países, em benefícios sociais.

Quando dois países pretendem reforçar suas relações, frequentemente convocam reuniões entre os líderes militares dos dois países. Parece-me que é muito mais eficaz, para o estabelecimento de boas relações, convocar uma reunião dos líderes científicos. Cooperação científica promove a amizade em geral, compreensão mútua, bem como valores e padrões comuns. A história nos ensina que as relações entre os países têm seus altos e baixos políticos. Ganhamos muito em suavizar os percalços tendo pessoas, em cada país, que se conhecem e confiam uns nos outros. Neste sentido, tendo fortes laços científicos entre os diversos países é simplesmente boa diplomacia.


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